Um zero e a solidão...

Passou muito tempo em que aqui não vim, e contra o que pensava, a lagarta não comeu a couve,  aproxima-se outro fim de ano e a garrafa de champanhe do Jota Ene mantem-se á espera de ser bebida, e tudo continua estático, tal como deixei.
Só o tempo, este tempo que não posso fazer parar, fez grandes estragos em mim!
Modificou-me de tal maneira, que hoje não sei se parar aqui, ou continuar. Eu que sabia bem o que queria, para onde caminhava, os caminhos por onde podia andar e aqueles,por onde nunca andaria!
Hoje perdi o interesse em muita coisa, pouco me interessa que o mundo ande de pernas para baixo ou se vire ao contrário, e tenha de ver os pés do mundo lá em cima.
A vista também não será agradável, pois o mundo está de tal maneira sujo que ver os pés do mundo em que vivemos deve ser um espetáculo deprimente, como está a ser deprimente cada dia que nasce e que morre.
Agora se continuar andarei sozinha, eramos dois zeros, mas um partiu e serei só eu, o que me leva a pensar:

O que pode fazer um Zero sozinho? 
 
Juro que não sei.